Papa Bento XVI anuncia que
renunciará ao cargo no próximo dia 28/02 alegando questões de saúde; Cardeais
brasileiros concorrem à sucessão
Após boatos veiculados
pela imprensa internacional, o líder máximo da Igreja Católica, Papa Bento XVI
anunciou que renunciará ao cargo no próximo dia 28 de fevereiro, por motivos
que compreendem sua condição de saúde.
“Bem consciente da
seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério
como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro”, afirmou Bento XVI, durante uma
reunião no Vaticano entre cardeais católicos, nesta segunda-feira. A renúncia
de Bento XVI acontece durante um dos períodos mais importantes da tradição
católica, a quaresma.
Ontem, através de sua
conta no Twitter, o Papa publicou uma mensagem lembrando do poder de
transformação e perdão da graça divina: “Devemos confiar no maravilhoso poder
da misericórdia de Deus. Somos todos pecadores, mas Sua graça nos transforma e
renova”.
O cardeal Joseph
Ratzinger foi eleito ao papado em abril de 2005, após a morte de João Paulo II
aos 92 anos, e assumiu o nome de Bento XVI. “Após ter repetidamente examinado
minha consciência ante Deus, eu tive a certeza de que as minhas forças, devido
à idade avançada, não são mais ideais para um adequado exercício do ministério
Petrino”, justificou-se, perante aos pares do Vaticano.
Bento XVI é o quarto
Papa a renunciar ao cargo na história da Igreja Católica, e o mais recente a
deixar o posto em vida foi Gregório XII, em 1415, segundo informações do portal
Terra. O Código de Direito Canônico prevê que um Papa pode renunciar ao cargo,
porém, ressalta que a decisão deve ser clara e específica, e nenhum dos
cardeais da Igreja Católica pode aceitar a decisão: “Se o Romano pontífice
renunciar a seu ofício, requer-se para a validade que a renúncia seja livre e
se manifeste formalmente, mas que não seja aceita por ninguém”, define o cânone
332.2, que é a única fonte legal de referência para o assunto.
Em seu papado, Bento XVI
reforçou a pregação católica em torno das questões morais, e pregou abertamente
contra a prática homossexual, reprovando o casamento entre pessoas do mesmos
sexo.
O irmão mais velho do
Papa, Georg Ratzinger, afirmou que “a idade oprime”, e que agora seu “irmão
quer mas tranquilidade a esta idade”.
O primeiro-ministro
italiano Mario Monti declarou que ficou “muito alterado por conta desta notícia
inesperada”. A conversa com os jornalistas aconteceu durante um congresso em
Milão.
Em Brasília, a
Arquidiocese declarou em nota, através do padre José Emerson Barros Cabral, que
“recebe, com surpresa, a notícia da renúncia do Santo Padre. Em ligação
telefônica com o cardeal Dom João Braz de Aviz, diretamente de Roma,
confirmamos que a renúncia se dará no dia 28 de fevereiro após uma
convocação do próprio Santo Padre. Convidamos toda a Arquidiocese para estar em
oração com o Santo Padre nesse momento em que a Igreja mais precisa do seu
Pastor”.
Na França, o presidente
François Hollande considerou a decisão de Bento XVI como “respeitável”, e
ressaltou que a escolha deve ser vista e entendida dentro de seus âmbitos: “Não
me cabe fazer comentários sobre essa decisão que pertence à igreja. Não tenho
que dizer se está correto. É uma decisão que reflete uma vontade que tem que
ser respeitada”, pontuou.
Em Israel, o chefe rabino
Yona Metzger declarou que “durante seu período [como papa] houve a melhor
relação possível entre a igreja e o rabinato e nós esperamos que essa tendência
continue”. Metzger ainda desejou “boa saúde e longos dias” a Bento XVI, de
acordo com informações do G1.
Na Alemanha, país de
origem do Papa, o porta-voz do governo Steffen Seibert afirmou que a decisão
deve ser compreendida e aceita: “O governo da Alemanha tem o maior respeito
pelo santo padre, pelo que fez, e por sua contribuição ao curso de sua vida na
Igreja Católica. Ele tem sido a cabeça da Igreja Católica pelos últimos oito
anos. Deixou uma assinatura pessoal como um pensador e chefe da igreja, e
também como pastor. Quaisquer que sejam suas razões, devem ser respeitadas”.
Bento XVI tinha uma viagem
programada ao Brasil, em julho deste ano, para participar da Jornada Mundial da
Juventude, evento católico que será realizado no Rio de Janeiro, e que deve
atrair fiéis de todo o mundo para as celebrações.
O próximo Papa deverá
ser eleito até a Páscoa, com data limite para o dia 31 de março, segundo
declarou o padre Frederico Lombardi: “Temos de ter um novo Papa na Páscoa”. O
conclave para a eleição deverá ser feito entre 15 e 20 dias após a renúncia.
Cinco cardeais católicos
brasileiros tem chance de suceder Bento XVI, segundo declarações do bispo
auxiliar da Arquidiocese de Aparecida e ex-reitor do Santuário Nacional,
monsenhor Darci Nicioli, ao G1.
“Todos os cardeais com
menos de 80 anos são candidatos e podem votar na escolha do novo Papa, mas sabemos
que depende do espírito santo. Por isso, vamos rezar muito para que seja
nomeado o melhor cardeal”, declarou Nicioli.
Os cardeais brasileiros
em condições de disputa para o papado são dom Raymundo Damasceno, atual
arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), dom Cláudio Hummes, de 78 anos, arcebispo emérito de São Paulo,
dom Odilo Scherer, de 63 anos, atual cardeal arcebispo de São Paulo, dom João
Braz de Aviz, de 66 anos, que vive em Roma e é prefeito das congregações
dos religiosos na cidade, além de dom Geraldo Majella Agnelo, atual arcebispo
de Salvador (BA).
Fonte:http://noticias.gospelmais.com.br/papa-bento-xvi-renunciara-cargo-brasileiros-sucessao-49628.html
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